Painel de Franco Giglio devolvido à cidade









Na última segunda-feira estive no Centro, mais especificamente no Edifício Brasílio de Araújo para fotografar o painel de autoria de Franco Giglio, que depois de cinco anos desde a retirada para restauro, foi finalmente devolvido ao condomínio, ou melhor, foi devolvido à Curitiba.

No local me encontrei com Patricia Ono e seu filho André, que apesar de todas as dificuldades, mantiveram-se firmes no compromisso de realizar esse restauro e ficou evidente a alegria deles por concluir esse lindo trabalho. Me relataram o quanto foi complicado conseguir as pastilhas Vidrotil (que não são mais fabricadas) para restaurar o mosaico do Giglio e o quanto as pessoas do condomínio se emocionaram quando o andaime foi retirado, revelando o mosaico completamente restaurado. Me disse também a Patrícia que ela manteve-se fiel inclusive à forma como Giglio resolveu o mosaico, aplicando as pastilhas exatamente como ele fez.

Observando o grande mosaico, fiquei curioso quanto ao seu significado e fiz uma breve pesquisa.

Descobri no site "Prédios de Curitiba" que o terreno onde ergueu-se o prédio pertencia ao ex-governador do Paraná, Jaime Canet Júnior, que o projeto de André Masini foi executado entre os anos de 1964 e 1966.

Na Wikipedia e no site do IBGE, descobri que Brasílio de Araújo foi um grande agropecuarista que tinha uma grande extensão de terras onde hoje encontra-se o município de Bela Vista do Paraíso (sendo que a palavra "Paraíso" era o nome da fazenda de Brasílio de Araújo). 

O painel portanto deve ter tido como inspiração a atividade econômica de Brasílio de Araújo (café e pecuária) no município de Bela Vista do Paraíso. Suponho que a figura masculina no painel deve ser Brasílio. Não pude confirmar se na região há comunidades indígenas.

Mas qual a relação entre Jaime Canet Jr e Brasílio de Araújo (falecido em 1948 e sepultado em Curitiba)? Pois bem, Jaime Canet Junior foi casado com Maria de Lourdes Araújo, filha de Brasílio Araújo e de Zulmira Fonseca.

O painel fez falta enquanto esteve em restauro, por isso devemos agradecer à Patrícia e ao André, que aparecem na última foto que fiz.

E insisto que Franco Giglio deveria ter maior reconhecimento na cidade, tendo sua obra devidamente catalogada e conhecida por todos. Restaurar a biblioteca que leva seu nome já seria um primeiro passo.

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