O Centro para alugar
Há algum tempo uma leitora desses blog comentou algo que toda pessoa que circula pelo Centro já deve ter reparado, que é a absurda quantidade de imóveis comerciais que estão disponíveis para alugar, vender ou simplesmente desocupados. Em abril desse ano caminhei rapidamente por uma pequena região nas imediações da Biblioteca Pública, quando fiz as fotos de hoje.
É uma situação que me entristece, por ser uma região onde morei e circulei por muito tempo e da qual gosto muito.
Desde que fiz as fotos, fiquei pensando sobre as possíveis razões para esse fenômeno e algumas coisas me acorreram: queda de renda da população, enorme insegurança dos comerciantes e os bairros que hoje em dia oferecem aos seus moradores todos os serviços, não sendo mais necessário o deslocamento e custo associado para o Centro.
Hoje li uma matéria na Tribuna que trata exatamente desse assunto e de onde extraí o seguinte trecho:
"Aceita um desafio? Ande em qualquer rua do Centro de Curitiba e não encontre uma loja fechada. Eu escrevi um, mas não vai ser difícil achar mais estabelecimentos com a porta abaixada em pequenas ou extensas avenidas. Os motivos para essa realidade, que ocorre em praticamente todas as grandes cidades, preocupam autoridades de vários setores da sociedade. Falta de segurança, altos valores de locação, aumento da população de moradores em situação de rua, custo no deslocamento e fortalecimento de compras nos bairros e internet são fatores que reduziram a procura das pessoas em investir na região central." Fonte e matéria completa no site da Tribuna por Gustavo Marques em 30/08/23.
Seria muitíssimo importante que várias entidades se empenhassem na busca de uma recuperação do Centro, mas principalmente a Prefeitura Municipal/IPPUC em ações, projetos que revitalizem o comércio da região e a atratividade dos imóveis como moradia. Vejo o Edifício do antigo Hotel Eduardo VII na Praça Tiradentes com um grande exemplo e sintoma disso tudo.
Nunca morei na capital do Paraná, mas desde tenra idade aprendi a gostar da cidade e até hoje passeio por Curitiba por uma simples razão: adoro o lugar, em especial a área central e seus redutos históricos.
ResponderExcluirSão muitas e boas lembranças, como o início das tardes de sábado e as bucólicas cenas do comércio antigo encerrando as atividades semanais.
Mas a partir de alguns anos percebi que tudo ficou perigoso e degradado. Fui até a loja da União dos Escoteiros do Brasil junto com meu filho, então pequeno, no São Francisco. Pensei que apresentaria a ele um dia agradável, mas fomos abordados por pedintes com jeito de perigosos em pleno dia, ocasião em que vi o Belvedere, de madeira, queimado por um incêndio criminoso. O passeio foi encurtado a pedido dele, que estava chocado com as cenas.
Numa das viagens seguintes, hospedei-me como de costume num simpático hotel do calçadão da XV. Ir do carro até o estabelecimento deixou de ser um passeio agradável para uma marcha entre mendigos dormindo sob marquises, pedintes e zero policiamento. .
A cada ano Curitiba perde seu encanto e a XV, ao meu ver o coração do centro, foi perdendo seus comércios e restaurantes antigos (o que mais me dói é a La Gondola). As placas de "aluga-se" são os sintomas de que as pessoas preferem ficar em casa ou enfrentar a aridez humana dos shopping centers.
Com a palavra a administração municipal, que não tem mais um Jaime Lerner para cuidar de Curitiba.
O assunto é realmente importante. Pensando aqui... eu vejo que muitas pessoas logo se apressam a cobrar da Prefeitura Municipal uma solução. Ela faz parte, claro. A Prefeitura pode ajudar com IPTU, segurança, mobilidade, mas a Prefeitura não é a dona do imóveis. Acredito que quem mais poderia ajudar nessa questão é o mercado financeiro imobiliário. Vendo hoje os preços dos imóveis, chega a ser uma loucura. Apartamentos de 100m² custando R$ 500 mil. Loucura.
ResponderExcluirEletrolandia foi locada e vai virar um restaurante português chamado Mercearia Avenida. Alternativas ao centro são em sua maioria ir pelo caminho da gastronomia.
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