Tudo muda o tempo todo, nem sempre para melhor
Como a pessoa da última foto, feita em 2010 na porta do Stuart que publico hoje, tenho circulado por Curitiba e ando pensativo sobre o quanto o tempo vai mudando as coisas na nossa cidade, algumas coisas para melhor, mas também infelizmente para pior.
O fechamento, aparentemente em definitivo, do Bar Stuart é uma dessas coisas infelizes. Cheguei em Curitiba com 13 anos e por muitos anos morei no Edifício Asa, na mesma quadra do Stuart. Ver o Stuart sempre aberto e sempre frequentado era parte da minha rotina, da rotina de muitos e da história de Curitiba.
A última sede do Bar Stuart na esquina da Praça Osório com a Alameda Cabral é a terceira e data de 1954. Tradicionalíssimo, sempre foi frequentado por poetas, artistas, jornalistas, universitários e clientes de longa data. Mantinha desde 1904 (ano da abertura) a mesma decoração, com destaque para suas mesinhas de madeira e toalhas quadriculadas em vermelho. O cardápio oferecia vários tipos de petiscos, sendo o mais famoso os testículos de touro. Tinha também carne de onça, coelho à passarinho, casquinha de siri, cascudinho, lambari, sempre regado com cervejas e chopp gelados.
Um conhecido portal de notícias da cidade disse que a tentativa de um grupo continuar o legado do Stuart esbarrou num grande passivo trabalhista, o que teria inviabilizado o negócio. Disse esse mesmo portal, que provavelmente uma farmácia ocupará as prateleiras do local.
Como disse o amigo Simon no texto que acompanha seu belo desenho feito no encontro do USK Curitiba no Stuart, "uma farmácia no lugar de um clássico da cidade realmente mostra uma sociedade doente".
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