O Moreira Garcez sob um céu azul
Fruto da vontade do então prefeito João Moreira Garcez, ergue-se aquele que já foi considerado o terceiro maior arranha-céu do Brasil, construído a partir de empréstimos particulares numa ânsia de evocar inovação e crescimento econômico.
A obra, iniciada no ano de 1927 com projeto do Eng. Eduardo Fernando Chavez, partiu de uma fundação com troncos de eucaliptos embebidos em óleo cru e de um sistema de vigas superarmadas, o que permitia grandes vãos internos. Sua conclusão se deu em três etapas: uma primeira que o inaugurou em 1933, revelando os cinco primeiros andares e um subsolo; uma segunda em 1937 que atingiu o sexto andar; e somente vinte anos mais tarde chegou ao oitavo. Tais ampliações aconteciam por conta de uma lei que oferecia dedução tributária para aquele que fosse o prédio mais alto da cidade, um claro incentivo à verticalização.
O edifício construído para uso comercial e institucional recebeu importantes estabelecimentos, como a sede do Consulado da Alemanha e a Federação Paranaense de Futebol. Em 1982, já deteriorado, o imóvel foi adquirido pelo Grupo Hermes Macedo dando início a uma obra de restauração coordenada pelo arquiteto Eduardo Guimarães.
Com a restauração concluída em 1988, foi reinaugurado como loja de departamentos, levando o nome de Shopping Garcez. Em 2003, a administração do local foi assumida pela Faculdade Internacional de Curitiba.
Localizado na esquina das ruas Luiz Xavier e Voluntários da Pátria, o empreendimento é tido como imprescindível para a consolidação da área central impondo-se como protagonista e também como cenário para grandes manifestações multiculturais, entre elas, eventos musicais, comícios, atos sindicalistas e “atualmente” como ponto de partida da já tradicional Marcha dos Zumbis, que ocorre em tempos de carnaval.
O edifício é uma construção inspirada no art déco como visto na disposição das colunas e na geometria do coroamento, que evidenciam a verticalização. O Garcez apresenta ainda a inserção de elementos paranistas, como pinhões geometrizados presentes ao longo da fachada e em detalhes internos nas esquadrias do átrio, uma linha com frisos bem evidentes parece denotar a ampliação decorrente.
A cor bruta do cimento predomina e incorpora certo peso à volumetria remetendo à atmosfera ficcional de Gotham City.
Fonte: Prédios de Curitiba
Morei por 12 anos na Praça Osório, mais especificamente no Edifício Asa, que fica há 100 metros do Moreira Garcez. Da minha janela ví esse edifício pegar fogo, com imagens assustadoras de grandes nuvens de fumaça negra vindo em direção à praça, e ví também a sua recuperação graças ao Grupo Hermes Macedo, ao transformá-lo numa loja de departamentos muito elegante para a época.
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