Edifício Moreira Garcez - o mais art déco de Curitiba

 


Na década de 20, Curitiba apresentava aproximadamente 79 mil habitantes. A tradicional Rua XV de Novembro já era o principal ponto comercial da cidade, com vários pedestres cruzando seu largo, bondes elétricos e os primeiros Fords 29 surgiam em sua alameda.

Nesta mesma época, no final da década, em 1927, surge o primeiro “arranha-céu” do Paraná, e o terceiro do país, o Edifício Moreira Garcez.

Localizado na Rua XV de Novembro, esquina com Voluntários da Pátria, o prédio causou “frisson” nos cidadãos da época, que visitavam diariamente a obra que simbolizava o crescimento e o desenvolvimento da cidade.

O prédio foi idealizado pelo engenheiro João Moreira Garcez, ex-prefeito de Curitiba, que contratou os serviços da Companhia Construtora Nacional S/A, do Rio de Janeiro para a execução da planta. Em seu estaqueamento foram usados troncos de eucalipto embebidos em óleo cru, na estrutura cimento e ferro, material importado da Alemanha através de um engenhoso sistema de vigas.

De início, o prédio previa ser feito com cinco andares tendo suas obras iniciadas em 1927. Sua conclusão se deu em três etapas. A primeira inaugurada em 1933 entregou cinco andares mais um subsolo. A segunda em 1937 atingiu o sexto andar e vinte anos mais tarde o prédio atingiu seus oito andares.  

Na década de 30, foi sede do Consulado da Alemanha, do Cassino Estância das Mercês, do Palácio das Diversões Skating Golf Girls e dos bailes do Bloco Please. Outro grande marco do prédio foi por abrigar durante anos a sede da Federação Paranaense de Futebol. 

O edifício também ficou conhecido por ser administrado pelo grupo Hermes Macedo, cuja obra de restauro aconteceu em 1982 sob coordenação do arquiteto Eduardo Guimarães, e ser sede do Shopping Center Garcez. Em 2003, a Prefeitura Municipal de Curitiba concedeu à Facinter (Faculdade Internacional de Curitiba). 

O edifício é inspirado no art déco que pode ser observado nos elementos geométricos espalhados pela sua fachada, mas apresenta também elementos paranistas em pinhões geometrizados na fachada e nos gradis. 

Fontes: Grupo Uninter e Livro Prédios de Curitiba

Morei por 12 anos na Praça Osório, mais especificamente no Edifício Asa, que fica há 100 metros do Moreira Garcez. Da minha janela ví esse edifício pegar fogo (em imagens assustadoras de grandes nuvens de fumaça negra vindo em direção à praça) e ví também a sua recuperação graças ao Grupo Hermes Macedo, ao transformá-lo numa loja de departamentos muito elegante para a época. 

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