Mural de Franco Giglio restaurado




Em 2016 um dos painéis mais conhecidos do muralista italiano Franco Giglio em Curitiba no Edifício Brasilino Araújo na Visconde de Nacar, depois de anos de restauro não muito técnicos e em estado de degradação evidente foi retirado para um processo de limpeza e restauro.

Problemas contratuais e principalmente de fornecimento da matéria prima mais importante, as pastilhas vidrotil, cuja produção fora encerrada há muito tempo, paralisaram o restauro. Durante esse tempo todo o local do mural estava coberto por uma lona com um desenho, depois até a lona foi retirada e assim permaneceu por mais de 5 anos. 

Há algumas semanas percebi a montagem de um andaime e na internet li que o mural estava finalmente sendo remontado. Estive no local na semana passada onde pude conversar rapidamente com uma pessoa que estava dando retoques finais no mural e ele me disse que muito em breve o andaime será retirado e depois de grande dificuldade para buscar as pastilhas que ainda restavam no comércio e muito trabalho, o mural será devolvido ao prédio e à comunidade.

O restauro ficou sob a responsabilidade da Patrícia Ono e seu filho, à quem devemos agradecer pela resiliência e compromisso em finalizar o restauro dessa obra tão relevante para Curitiba. 

Franco Giglio nasceu em Dolceacqua, na Itália, em 1937, vindo para o Brasil aos 21 anos. Sem formação acadêmica, começou a trabalhar com outro italiano, Antônio Mucci, estabelecido em Minas Gerais. 

Ao final dos anos 50, Mucci fora convidado a realizar o painel “A Evolução da Moeda através dos Tempos”, na cidade de Juiz de Fora em mosaico de pastilhas cerâmicas com recobrimento vítreo. Convidou Giglio para acompanhá-lo na empreitada. O filho de Dolceacqua aprendeu a técnica e não mais a deixou, passando a exercê-la em Curitiba, onde fixou residência e ateliê.

Franco Giglio tornou-se muralista, tendo realizado trabalhos em mosaicos para o Cemitério de Curitiba, para a Assembleia Legislativa do Paraná, para o Colégio Lins de Vasconcelos e para outros prédios públicos e residências particulares. 

De grande afabilidade, fez um círculo de amigos fiéis entre os artistas paranaenses. Poty Lazarotto confiou a ele a realização de um de seus painéis em azulejos mais vistosos, o Monumento ao Tropeiro, e insistiu com ele para abrir o portfólio e exibir seus desenhos.

Em 1975, Giglio casou-se com Roseli de Almeida e retornou à sua querida Dolceacqua. Passou a residir em Mantova, depois em Verona – onde um incêndio, ocorrido em 1979 devastou grande parte de seus antigos desenhos. O artista veio a falecer em abril de 1982, aos 44 anos de idade.

Muito em breve retornarei ao local para em detalhes mostrar como ficou o mural do Edifício Brasilio Araújo de autoria do grande Franco Giglio.

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