O interior do Palácio Rio Branco e sua história
Creio que como eu, muita gente não conhecia o interior do
Palácio Rio Branco, sede da Câmara Municipal de Curitiba. Solicitei acesso ao
local para fazer as fotos que apresento hoje, ao que fui atendido pela direção
da casa, sendo gentilmente recebido no dia por uma pessoa do cerimonial.
O edifício acabou de passar por uma reforma, que trabalhou a
sua pintura e a modernização de sua infraestrutura. No momento, o plenário está
sendo preparado para voltar a receber as seções da casa.
Para saber a história do Palácio Rio Branco e um pouco sobre
o seu construtor, siga lendo.
A construção do Palácio do Congresso, situado à Praça
Eufrásio Correia, foi contratada em 25/10/1890 com o Engenheiro Ernesto Guaita,
e sua destinação seria para acomodar a Assembléia Legislativa do Estado do
Paraná.
A data da conclusão da obra não é precisa, variando entre os
anos de 1895 a 1896, mas há evidências (documentos com previsão de orçamento
para conservação do edifício) de que a ocupação do prédio foi gradativa e além
disso, não há menção da sua inauguração oficial nos Anais do Congresso, nem na
imprensa da época.
A Assembléia Legislativa Estadual, foi instalada no Palácio
do Congresso logo após a proclamação da República, segundo o Professor Julio
Estrella Moreira, e ali permaneceu até sua transferência para o Centro Cívico.
As primeiras reformas foram realizadas já no início do
Século XX.
Em 1900, foi construída, por ordem do Secretário de Obras
Públicas e Colonização, uma edícula para abrigar as latrinas que foram
retiradas do interior do edifício, em virtude das mesmas não oferecerem as
devidas condições de comodidade e asseio.
Em 1º de julho de 1913, uma explosão ocorrida na estação da
estrada de ferro danificou seriamente o edifício, sendo que diversos reparos
tiveram que ser realizados.
Durante o Governo de Getúlio Vargas, a Assembléia
Legislativa foi fechada e o prédio foi ocupado pelo Conselho Deliberativo do
Estado.
Em 1957, o Palácio do Congresso foi cedido como sede da
Câmara Municipal de Curitiba, sendo que sua instalação definitiva ocorreu em
1963, inclusive com a alteração de sua denominação para Palácio Rio Branco.
O Palácio Rio Branco, por sua vinculação à história política
do Paraná e por sua expressividade exemplar de arquitetura oitocentista da
Capital, assumiu lugar entre os mais importantes edifícios históricos do Estado
do Paraná.
Sobre o Engenheiro Ernesto Guaita, Construtor do Prédio,
sabe-se que: Nasceu em Turim, a 04 de fevereiro de 1843. Recebeu o diploma de
Engenheiro Militar, pela Academia Militar de Turim, em 1867, quando foi
confirmado Subtenente na arma de Artilharia.
Em 1870, pediu demissão do exército, dedicando-se
exclusivamente à arquitetura. Poucos anos depois, integrou missão técnica,
enviada ao Brasil, pelo Governo Italiano. Finda a tarefa, decidiu permanecer no
País, optando por domiciliar-se em Curitiba, onde veio residir aproximadamente
no ano de 1875.
Por volta de 1882, montou escritório de engenharia e
projetos, em sociedade com Ludovico Taddei.
Em 1891, foi escolhido pelo Presidente do Estado Generoso
Marques dos Santos, para elaborar o projeto do novo Palácio Legislativo, na
forma do contrato firmado a 6 de maio daquele ano.
Passou a ser, desde então, o arquiteto mais solicitado da
cidade, projetando edifícios tanto residenciais quanto comerciais.
Não se tem confirmação da data em que faleceu,
presume-se que tenha ocorrido por volta de 1914 ou 1915.
Tal como a maioria das construções com estilo clássico o Palácio Rio Branco é deslumbrante; parabéns pelas fotos, prezado Takeuchi.
ResponderExcluirQualquer dia, se puder, poderia fazer fotos, ao menos externas, do monstrego construído como anexo ao belo palácio municipal? Grata pela gentileza habitual.
Realmente o anexo é completamente destoante!!
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