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A rua observada pelo Barão do Rio Branco a partir da Praça Generoso Marques já foi um dia a rua mais importante de Curitiba pois era o corredor de entrada da capital por causa da estação ferroviária e onde concentrava-se os centros do poder municipal e estadual.

Na Barão há diversos lindos prédios ecléticos e dentre esses, certamente unidades de interesse de preservação, dois estão à venda e dos quais restam apenas as fachadas. Da calçada é possível observar o seu interior, sem teto e com um chão tomado de vegetação. Seria excelente para a cidade e para a região se ambos forem restaurados e ocupados, preservando a história da cidade. 

A rua Barão do Rio Branco já foi uma pequena travessa com aproximadamente setenta metros, que começava na rua da Imperatriz e chamava-se Travessa do Leitner (onde o imigrande alemão possuía uma fábrica de cerveja). Após a libertação dos escravos, passou a chamar-se Rua da Liberdade, aberta pelo interesse da administração da estrada de ferro, tornando-se uma das mais importantes da cidade. Teve esse nome entre 1888 e 1912, quando recebeu o nome atual em homenagem ao grande diplomada.

José Maria da Silva Paranhos, à pedido de seu pai, o Visconde do Rio Branco, recebeu a nominação do baronato do imperador D. Pedro II. Cônsul em Liverpool, Inglaterra, possuia residência em Paris. Seu respeitável acervo intelectual e sua atuação consular lhe garantiram o prestígio de diplomata competente. Por ocasião da proclamação da repúbllica, escreve ao ex-imperador, questionando se deveria por questão de fidelidade, abrir mão de sua carreira e posto diplomático. Dom Pedro (de quem era amigo) respondeu-lhe: "Diga-se ao Rio Branco que ele é bom servidor do País, ao qual terá ocasião de prestar serviços. Que continue a trabalhar pelo Brasil. Eu passo e o Brasil fica". Como ministro das Relações Exteriores da República, ajudou a solucionar problemas de limites territoriais com a Argentina, Perú, o território do Amapá e Acre. Entraram e saíram presidentes e pemanecia intocável o Barão, pois estava acima da política. Faleceu no dia 10 de fevereiro de 1912, recebendo no Rio de Janeiro todas as homenagens como grande brasileiro. Fonte: Livro "Ruas e histórias de Curitiba" de Valério Hoerner Júnior. Editora Artes e Textos. Curitiba, 2002

Comentários

  1. Barão, espírito público que não tem adjetivo para nominá-lo. Assim como D. Pedro II. A rua, a sua preservação, de certa forma, é o que acontece com a memória em relação ao Barão, a D. Pedro. Não fica difícil saber os motivos pelos quais o Brasil se encontra...

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