Olhando de perto OsGemeos no MON













 Voltei ao MON para registrar o grafite dos "OsGemeos" concluído e em detalhes. Não me recordo de uma exposição que tenha causado tantas manifestações (favoráveis e desfavoráveis) em função do seu anúncio na fachada do museu como acontece com todas as outras.

Puxando o coro dos descontentes está o bisneto do arquiteto Oscar Niemeyer, o também arquiteto Paulo Niemeyer, ao dizer que “é grande tristeza e revolta que vi o que esses dois fizeram na obra de meu avô (ou seria bisavô?)”. Ao comparar o grafite d'OsGemeos com pichação, parece que de cara e de longe, não tem simpatia por essa arte de rua que de tão boa, entrou nos museus mundo afora.

Quanto aos "OsGemeos", o mundo os reconhece com grandes artistas, inclusive outro grande artista de rua, Banksy, aquele que triturou uma obra sua quando essa foi leiloada em Londres por meros 1 milhão de libras. Quando Banksy passou um mês em Nova York produzindo uma ação em cada ponto da cidade por dia, os únicos artistas com quem ele dividiu uma ação (abaixo da High Line) foram justamente OsGemeos, num díptico maravilhoso.

Considerar uma agressão à obra de Oscar Niemeyer o grafite da dupla é não entender a função de um museu, que é a de renovar-se a cada dia, provocar, instigar, inspirar, atrair e ser democrático, como essa obra, acessível até aos que não querem ou não podem pagar um ingresso.

Muito diferente seria, por exemplo, fazer uma intervenção num prédio como o Palácio da Alvorada, que não tem a função de museu.

E se alguém tem alguma dúvida a respeito da genialidade e qualidade do trabalho dos irmãos Pandolfo, olhe novamente e olhe de perto cada detalhe que eles imprimiram nesse grafite. Pena que será apagado ao final da exposição.

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