Lina Faria – Passando a limpo

 





No ano de 2010, pouco mais de um ano depois do início desse blog, vi uma exposição fantástica no Memorial de Curitiba organizada pela diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Curitiba dedicada à obra de Synval Stocchero, um fotógrafo que por quase 70 anos registrou Curitiba e sua evolução (ou não).

Meu amor por Curitiba me fez iniciar esse blog e mais ou menos como Synval Stocchero, pretendia manter uma espécie de “diário” na forma de imagens, que mostrasse a minha relação com essa cidade e como a via/vejo/convivo ao longo do tempo.

Me ocorreu que, se a FCC permitisse, eu poderia selecionar algumas fotos do Stocchero e fazer uma espécie de “antes e depois”, mostrado uma imagem dele e uma minha sob o mesmo ponto de vista (isso nunca aconteceu). Com esse objetivo, fui à Casa da Memória para expor esse meu desejo. Lá conheci Dóris Teixeira, que me presenteou com um livro/catálogo da exposição. Durante nossa conversa ela me perguntou se eu conhecia uma fotógrafa que ela gostava/gosta muito, LINA FARIA.

Até então, não tinha ideia de quem seria Lina Faria, mas é notável que de tantos grandes fotógrafos que Curitiba já conheceu e conhece, Dóris citou especificamente a Lina.

Com o tempo, conheci um pouco do trabalho da Lina e ela pessoalmente e assim entendi o quanto a fotografia dela é gigante. O que me encantou e encanta na fotografia da Lina é o seu olhar delicado, amoroso, íntimo e acolhedor das pessoas que retrata, especialmente as mulheres. 

Infelizmente o roubo na rua de seu equipamento fotográfico fez a Lina recolher-se e meio que sumir das redes. Perdemos todos.

Pouco antes dela mudar-se de seu apartamento na Barão do Serro Azul, a Lina fez uma espécie de bazar, onde comprei um livro (no qual ela aparece) e três fotografias (que reproduzo aqui, se ela não se importar).

Para felicidade de todos os fãs da Lina e para todos que amam a fotografia, o Museu da Imagem e do Som (MIS) está desenvolvendo o projeto “Memória Viva” que irá ao longo do tempo expor o trabalho inestimável de grandes fotógrafos paranaenses e na sala Adalice Araújo da sede da Secretaria de Cultura, na Praça Santos Dumond no Centro, até o dia 23/02/24 acontece a exposição “Lina Faria – Passando à Limpo”

Recebi um release sobre a exposição e no texto enviado, há uma linda citação do João Urban, outro gigante da nossa fotografia e curador da exposição, na qual ele diz que “A fotografia da Lina Faria é manuscrita, é escrita corrida, é feita na mão”! Com a caligrafia do carinho pelas pessoas que fotografa, é feita de sorriso e abraços”.

Acho que resume muito bem o que é a fotografia da Lina e olhando as lindas imagens da exposição, você vê não apenas o que ela viu, mas também ela própria. 

As duas primeiras imagens que publico hoje foram feitas na abertura da exposição (11/12); a terceira mostra três imagens que estão expostas (só para vocês correrem para lá para ver as outras); a quarta são as imagens que comprei no bazar na antiga casa da Lina e a última imagem mostra a Lina num dia que a fotografei na entrada da Biblioteca Pública do Paraná.

Visitação até 23 de fevereiro de 2024
De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 13h às 17h
Sala Adalice Araújo – Rua Ébano Pereira, 240, Centro

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