Subtropical
Na
última quarta-feira (16/07) tivemos o grande prazer de, numa casinha de madeira
no Ahú, participarmos da audição do último trabalho de Livia Lakomy, que é
absolutamente incrível.
Pedi
para a Lívia falar um pouco desse disco e muito gentilmente (como sempre), ela
manda o ótimo texto que reproduzo na íntegra abaixo. Convido todos vocês a
Subtropicalizar nas palavras e na música de Livia Lakomy.
Pois
é. Cá estou eu escrevendo novamente para o Circulando por Curitiba. A última (e
até agora única) vez tinha sido lá nos idos de 2010, quando a Lívia e os Piá de
Prédio lançaram seu segundo disco.
O
tempo passou e me vejo agora bolando um texto ao mesmo tempo bem parecido e
diferente.
Vamos
antes às diferenças.
Este
novo disco, “Subtropical” vem assinado apenas por mim, sem os piás. Por que
isso? Na verdade é por um motivo ótimo: os piás cresceram. Embora ainda tenham
a mesma alma curitibana, eles são agora cidadãos responsáveis com trabalhos
importantes e família – qualquer dia vão ser eleitos síndicos dos prédios em
que antes andavam de bicicleta na garagem.
Outra
diferença: agora, as músicas são em inglês. A verdade é que este disco existe
apenas porque eu queria ter um trabalho gravado nessa nova língua. Há cerca de
um ano apareceu a chance de fazer um mestrado fora do país e eu queria um
material que meus amigos de lá pudessem entender. Escolhi cinco músicas que fiz
quando adolescente, pré-Piás de Prédio e mandei ver.
E
as semelhanças? Bom, ainda sou eu! Continuo curitiboca, com as mesmas
influências, mesmas manias.
Para
o “Subtropical” tinha um objetivo bem parecido com os dos piás: tentar
conciliar coisas aparentemente opostas (mas que nós brasileiros e curitibanos
sabemos ser possíveis) como ser urbana e caipira, cool e jeca, pop e raiz. Foi
daí que surgiu a ideia do título, fazer parte tanto desse Brasil tropical quanto
do Brasil que toca milongas e fandangos.
Dessa
vez foquei mais na sonoridade do que nas letras (que já existiam) e para isso
dependi do gênio instrumental e da produção André Prodóssimo. Foi ele que
traduziu esse discurso para a música. Para deixar bonito mesmo, só chamei
feras: percussão por André Rass, acordeom por Ary Giordani, baixo acústico por
Flávio Lira e trompa por Edivaldo Chiquini. Apesar de não ter tocado no disco,
o comparsa antigo, Bernardo Bravo, foi fundamental para me dar gás no projeto.
Além
da música, contei com o talento do Fabiano Vianna para a arte. O Fabz é outro
curitiboca da gema, fantástico autor, designer e artista – já deve ser
conhecido pelo pessoal que frequenta o Circulando por Curitiba. Só ele mesmo
para entender o que eu queria: “tipo a Festa de Polaco do Garfunkel pintado
pelo Poty com elementos do Fabiano Vianna. Tipo festa de interior com DJ,
pinheiros e postes de luz. Subtropical, entende?” Entendeu. A fotógrafa Daniela
Carvalho fez o mesmo com os retratos da “artista quando jeca”. Nem eu acredito
que consegui sair decente em uma foto de divulgação, palmas pra ela. A Estrela
Leminski contribuiu com um release lindo e a Nana Martins veio para pilhar o
lançamento e me botar ao vivo na rádio, entrevista na TV e capa do Caderno G
(quem lembra de “Submundo Autofágico” sabe que isso realizou meu sonho de vida.
Agora posso me aposentar).
E
agora estou aqui, escrevendo pro Circulando. Mais um ciclo fechado. Será que
vão me chamar pra escrever do próximo projeto? Será que vai ter próximo
projeto? Não sei. Espero que sim & sim. Mas, por enquanto, vamos
subtropicalizar!
Espero
muitos e muitos "sim & sim" para alguém tão bacana e talentosa
como a Livia. Para saber mais sobre ela, seus projetos e para baixar o
Subtropical de forma generosamente gratuita, acesse o link:
http://livialakomy.com.br/subtropical/.
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