A casinha do Seu Niquinho e Dona Júlia
A segunda casinha que visitei na companhia da família Oliveira Simões no Ganchinho me deixou de queixo caído pela beleza dela (incluindo seu incrível interior) e também, pela fabulosa propriedade na qual ela está implantada, que publicarei noutro dia.
Fiquei espantado por saber que naquela casinha tão pequena, morou uma família de oito pessoas e ali foram muito felizes. Pedi ao Luiz Antônio que contasse um pouco da história da casinha. Ele me enviou um lindo texto, o qual reproduzo na íntegra abaixo. Agradeço ao Luiz Antônio pelo relato e à sua família, Miriam Leonila, Luiz e Pedro.
Casa quase centenária, foi residência da família Simões Oliveira por mais de 60 anos.
Adquirida e 1957 por ocasião do casamento do senhor Antônio Simões de Oliveira (Seu Niquinho) e Dona Julia da Rocha, foi retirada do lugar onde há anos já servia de residência para outra família e remontada no endereço onde se encontra até hoje.
Nesta pequena casa, o meu pai seu Niquinho, como era conhecido, e Dona Júlia minha querida mãe, construíram sua família. Tiveram oito filhos, dois dos quais são falecidos. Os filhos vivos: José Luiz, Maria Lucia. Luiz Antônio (este que vos escreve), João Marcos, Tadeu Carlos e Inês Terezinha.
Trabalhando como lavrador meu pai, criou os seis filhos com muita dificuldade, porém nunca faltou à família dignidade e respeito. Casa simples, sem energia elétrica e pouco conforto, era composta de dois quartos, sala, cozinha e um sótão.
O fogão a lenha sempre com as panelas de comida e as canequinhas de chá feito carinhosamente pela mamãe Júlia, era o aconchego de toda família nos dia de muito frio. O varal estendido sobre o fogão servia tanto para secar roupa quanto para defumar lingüiça caseira, feita com a carne dos porcos criados no chiqueiro. Dentre as criações, além de porcos tinha também galinhas, patos, cabras e os cavalos utilizados pelo meu pai na lida da terra, de onde ele tirava o sustento da família.
Esta linda casa abrigou com simplicidade a nossa família e nos deixou muitas lembranças. Com toda certeza a melhor delas eram as reuniões de finais de ano, quando a casa ficava cheia de gente, barulho e muita alegria.
Filhos, noras, genros e netos, a rodear o Noninho e a Noninha, ouvindo suas histórias e saboreando o famoso pato assado no forno a lenha e a cuca feita pela Nona Júlia, com gasosa de framboesa que tinha sabor de felicidade.
Com o falecimento dos meus pais, as reuniões terminaram. Mas, ficou o sentimento de união, amor e respeito que recebemos deles e tentamos passar para os nossos filhos.
UMA CASA NÃO É SÓ UMA CASA, SE NELA HABITAR UMA BELA FAMÍLIA!
Que beleza!Quantas lembranças maravilhosas. Ao digitar o texto manuscrito pelo meu esposo, não pude conter as lágrimas de emoção e saudades. Orgulhosamente fiz parte desses momentos inesquecíveis que construiu a nossa história. Obrigada amigo!
ResponderExcluirSou eu quem agradece pela honra de poder conhecer a casa, publicar esse relato e conhecer vocês.
ExcluirQue linda história! A casa-coração mesmo pequena ficou gigante e abrigou uma família enorme.
ResponderExcluirEmocionante! Fico cada vez mais impressionada com o poder das fotografias, elas tocam a alma e despertam sentimentos muitos especiais. Sinto-me feliz em ter acompanhado o passeio (para mim) e garimpo (para você), podendo observar sua escolha dos melhores ângulos com um olhar atento e poético. Parabéns! Miriam agradeço pelo presente de poder vivenciar emoções únicas.
ResponderExcluirFoi muito especial mesmo. Obrigado pela companhia.
ExcluirEu que agradeço amigos.Eu vim de longe, do sertão pernambucano. Cruzei o Brasil para encontrar essa linda família,e, a partir dela construir a minha. Deus tem tudo preparadinho pra nós e a beleza da sua presença vai se revelando ao longo da vida. Só precisamos saber enxergar e agradecer. Um grande abraço a todos.
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