O Torto
Arlindo Ventura, o Magrão, pegou um bar que já funcionava há
décadas para em 2003 redecorar todo o ambiente em homenagem ao jogador de
futebol Garrincha e criar “O Torto”. Se há um bar que possa ser considerado um
ícone da noite de Curitiba, esse bar é "O Torto".
O espaço é pequeno (poucas mesas, um balcão, uma mesa de
sinuca que ocupa boa parte da área do salão), mas a paixão das pessoas que
frequentam o bar é enorme.
O Torto abre sempre as 17:00 e fecha, sem choro nem vela, à
meia noite. Aliás, a rua é a extensão do bar e certamente o seu maior charme.
Nas calçadas, em pé ou sentados no meio fio, é onde seus clientes se aglomeram
alegremente para beber, conversar e ser feliz.
O bar sempre teve a postura de tentar viver em harmonia com
a vizinhança. Na página do FB do bar, o Magrão comentou numa postagem de 2013
que “em dez anos de funcionamento, O
Torto Bar jamais teve seu nome envolvido em uma ocorrência policial. Em relação
aos vizinhos, adotamos uma posição de respeito e entendimento, buscando sempre
o diálogo. Fechamos o bar impreterivelmente à meia-noite e aconselhamos os
demais bares a fazerem o mesmo. Após o expediente, recolhemos todo o lixo da
rua e, em diversas ocasiões, acionamos a Guarda Municipal para denunciar a ação
de pichadores.”
De 2009 até 2013 aconteceu por iniciativa do Torno a Quadra
Cultural, um evento que fechava as ruas das imediações da Paula Gomes e que reunia
milhares de pessoas, com palco e muita música. Por ali já passaram nomes como Irmãs
Galvão, Odair José, Germano Mathias, Jerry Adriani, Dona Ivone Lara e Rolando
Boldrin.
Em 2014 a Comissão de Análise de Grandes Eventos (Cage) que reúne
Bombeiros, PM e Secretarias Municipais, indeferiu, por alegadas razões de
segurança, o pedido para realização da Quadra Cultural.
Lá em 2013 o Magrão disse que “a ocupação das ruas com pessoas e cultura é a maior contribuição que
podemos dar ao nosso bairro. Vizinhos nos relatam que, quando O Torto está
aberto, a Paula Gomes se torna mais segura. Inegavelmente, as ruas mal iluminadas
do São Francisco ainda abrigam o consumo e o tráfico de drogas, mas é certo que
o caminho para vencê-los não passa pelo esvaziamento das calçadas ou pelo
fechamento dos bares, muito menos pelo banimento da Quadra Cultural”.
Também acredito que ocupar com responsabilidade e segurança ruas
e prédios é a melhor forma de preservar o bem público e melhorar a segurança.
Prédios vazios e ruas abandonadas e escuras é um convite ao crime.
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