Edward Hopper - o fotógrafo que não fotografava



Há tempos publiquei uma foto que fiz de dentro do meu carro quando passava pela Rua André de Barros, quando vi dentro de uma lanchonete uma pessoa numa mesa e a imagem chamou minha atenção pela sensação de solidão ou melancolia que passava.

Uma amiga comentou ao ver a imagem que ela lembrava uma pintura de Edward Hopper. Foi a primeira vez que tinha ouvido falar desse pintor.

Recentemente li um artigo de 2017 de Leire Etxazarra para o site Remove Photos intitulado “Edward Hopper, o pintor que não sabia que era um fotógrafo”.

O artigo cita que o novelista britânico Geoff Dyer disse certa vez que "Edward Hopper poderia ser considerado um dos fotógrafos americanos mais influentes do século 20, mesmo que ele nunca realmente tenha feito fotos.”

Edward Hopper (1882-1967) foi um mestre da pintura realista e considerado uma grande influência para grandes fotógrafos tais como Harry Callahan, Robert Frank, Walker Evans, Diane Arbus, Lee Friedlander e muitos outros.

Suas pinturas refletem o dia a dia sem artifício, a vida cotidiana como poucos, crua, nua, mas temperada com altas doses de solidão e melancolia, usando a luz com maestria, um elemento essencial em todas as suas composições, ou seja, tudo que todo fotógrafo de rua procura o tempo todo. Hopper prova que fotografar tem muito, muito mais relação com o olhar do que o apertar um botão de uma câmera ou de um celular.

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