Fonte As Mocinhas da Cidade



No cruzamento da Rua Cruz Machado e Alameda Cabral, homenageia o casal e dupla caipira Nhô Belarmino e Nhá Gabriela.

Com desenho de Fernando Canalli, possui colunas com pinhões nos capitéis que emolduram quadros de azulejos que mostram os versos da música “Mocinhas da Cidade’, imortalizada pela dupla e gravada pela primeira vez no início dos anos 50.

Comentários

  1. A natureza é selvagem pra quem vive nas ruas, e não é nada fácil ganhar na loteria da sarjeta, mas apesar de toda a incerteza Lorena estava de volta, agora mais do que nunca disposta a fazer a vida. Dois anos em cana mano, sem contar os outros três que penei na mão daquele filho da puta, passando fome, apanhando e ainda tendo de chamar de meu amor, fazer carinho, dar o cú... Amaldiçoado, “trinta facada foi pouco, eu queria era me lambuzar de sangue, tacar fogo no maldito enquanto ele agonizava”, mas os vizinhos chegaram antes- àquela corja- quando ele me algemava no pé da cama, pisava no meu pescoço me dava tunda de ficar mole por três dias ninguém aparecia, agora quando o maldito ta recebendo o que merece, eles vem se intrometer, tudo uns froxo, morriam de medo do traficantezinho de merda. Mas eu dei um jeito nele e agora to aqui ó, a cadeia não foi nada... O que interessa é que o safado ta lá puxando lenha pro capeta... Agora tudo que eu quero trabalhar mandar dinheiro pra mãe lá no interior que ta cuidando das minha criança, os coitadinho não tem culpa, tem é azar de nascer nessa vida.
    Cruz machado com Ermelino de leão, a noite cheira a urina e vida debilitada, costela assada no gato preto e pedra nas latinhas dos viciados, traveco e prostitua não briga não cada uma tem seu lado da rua, mas ultimamente a concorrência tem ficado desleal ela pensa, quando vê mais um cliente debandar pro lado das travas. Ela roda a bolsinha nervosamente, vai até a Alameda Cabral volta até a Ermelino duas, três dez vezes, senta na fonte e acende um cigarro maldizendo as trave que vem e vão dentro dos carro dos bacana. Revoltada, com os pés que uma bagaça de andar de salto alto em meio às pedras soltas da má afamada calçada da boda do lixo, ela entra no Malibu, senta e pede um Conhaque que não sabe como vai pagar, fica fazendo planos, maldizendo o mundo e estudando o ambiente em busca de um cliente em potencial, quando de repente olhar certeiro, escondida na meia luz entre a mesa de bilhar e o balcão a vitima solitária contempla o limãozinho amassado no fundo de um copo. Decidida ela joga a bolsa sobre os ombros e parte pro ataque, dois ou três sorrisos, um cigarro e uma dose de conhaque depois e o negocio estava fechado, ela se vende pelo menor preço. “Na verdade não custa nada da um desconto, o sujeito até que é legal”. Se ta de carro? To, mas vamos a pé mesmo, é logo ali no Victoria Regia não é, pode ser não pode? Claro que pode, nossa já fui pra cada buraco, que lá até parece cinco estrelas. Sorrisos e mais sorrisos, abraçadinhos pela Saldanha, será que é amor? Chegando à mesquita da Santos Dumond, ela sentiu um nó na garganta e uma lamina fria perfurar-lhe as ancas, tentou gritar, mas o nó era uma gravata que a sufocava, a faca ia e vinha impiedosa a penetrar-lhe o corpo, ela sentiu-se toda melada, e o sangue quente escorrendo as bicas pelo seu corpo que já sentia o frio da morte... Pela manhã mais uma manchete na capa da Tribuna. DA FACA PARA A FACA: mulher acusada de matar o marido com mais de trinta facadas ironicamente é encontrada esfaqueada na frente de mesquita na Saldanha marinho, testemunhas afirmam que ela estava fazendo ponto ali a poucos dias e que e que a ultima vez que foi vista com vida fumava um cigarro na fonte das mocinhas da cidade.

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  2. Ola Wagner. Obrigado pelo conto. Deixou o post mais interessante agora (porém proibido para menores de 12 anos). Tem uma pitada de Dalton Trevisan aí, não tem?

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  3. Este casal eram primos da minha bisa!! Grande orgulho vê-los assim com uma praça!!

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