O fim da Vila Hípica do Jockey Club do Paraná






A maioria das pessoas (me incluo nessa maioria) não conhece a rotina de quem trabalha num Jockey Club. Pelo pouco que conversei com uma pessoa, os cavalos que participam de corridas são animais tão caros, que precisam de atenção de um tratador praticamente 24 horas por dia. Por esse motivo é muito comum existir nos jockeys clubs da vida, conjuntos de residências que compõe as Vilas Hípicas. No Jockey Club de Curitiba não era diferente. Desde perto da Victor Ferreira do Amaral até perto das cocheiras, existiam casas de madeira e um pequeno conjunto de mais ou menos 10 casas em alvenaria em estilo que remete ao modernismo, que serviam de moradia para as pessoas que trabalhavam no Jockey.
As casas de madeira, parte das cocheiras e das casas em alvenaria já foram demolidas. Algumas poucas ainda restam, maltrapilhas e maltratadas. O motivo da demolição reside no fato delas ocuparem a área onde o novo shopping começou a ser construído.
Olhando a primeira foto, podemos perceber ao fundo as arquibancadas (belíssimas) do Jockey Club, que são tombadas pelo Patrimônio Histórico do Paraná e portanto, não podem ser tocadas. Mais em primeiro plano, vemos um tapume que demarca o ponto onde o terreno do Jockey foi dividido para dar lugar ao shopping. Dentro desse terreno estava a Vila Hípica.
Segundo também me relataram, esse conjunto de casas em alvenaria teria sido o primeiro conjunto de casas em arquitetura modernista no Paraná. Não posso confirmar essa informação por não dispor de documentos que a confirmem, mas supondo que seja, não seriam essas casas passíveis de preservação (se não todas, em parte ou pelo menos uma)?
As demais fotos mostram como as casas estão hoje e a última, como elas eram no tempo em que eram habitadas.
Imagino o quanto é difícil preservar um pouco de história, quando entram em jogo interesses monumentais como esse (econômicos e sociais), mas será que a situação dessas casas foi avaliada em algum momento? Houve alguma reflexão quanto à importância (ou não) desse conjunto arquitetônico? Mereciam ou não ser preservadas? Alguém detém essas respostas?

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