E o antigo Hotel Tassi continua escorado


Quem passa pela região da Av. Sete de Setembro perto da Praça Eufrásio Correia certamente já viu essa bela edificação com muitas escoras e pode ser que alguns pensaram: "Que bom que vão restaurar um prédio tão bonito e certamente histórico". Depois de anos e anos passando por ali e vendo que nada acontece, fica apenas a impressão de que essa quase ruína urbana jamais será restaurada.

A história do Hotel Tassi começou no dia 23/10/1888, quando no porto de Gênova na Itália, com destino ao Brasil, conheceram-se a família Puglia e Angelo Tassi, que tinha como objetivo a cidade de São Paulo, mas que por acontecimentos durante a viagem (morte do patriarca dos Puglia e sua paixão pela filha mais velha deles), muda seu destino ao decidir por acompanhar a família Puglia à Curitiba. Em 01/10/1889, Angelo Tassi casa-se com Angela Puglia. Compram um terreno de esquina com as ruas da Liberdade (hoje Barão do Rio Branco) e Sete de Setembro, defronte ao prédio da Estação Ferroviária e da futura Praça Eufrásio Correia. Nesse terreno inicialmente constroem uma casa e na frente, abrem uma pequena venda, muito freqüentada pelos viajantes e carroceiros que na região estacionavam. Dos petiscos, passam a fornecer comida e logo, pessoas passaram a pedir pouso. Em 1900 ampliam o prédio e abrem o Hotel Estrada de Ferro, muito conhecido pela comida italiana de Dona Angela. Novas reformas e ampliações depois, muda seu nome para Hotel Tassi, que se tornou na época, o cartão de visitas de Curitiba, juntamente com a Praça, sendo participante e testemunha dos acontecimentos da cidade.

Angelo e Angela tiveram sete filhos e na década de 1920 mudaram-se para sua chácara no Cabral e seus filhos passaram a administrar o hotel. Em 09/02/1933 morre Angela Tassi. Por conta da diminuição da importância da Estação Ferroviária devido às estradas de rodagem, a região da Praça Eufrásio Correia começa entrar em decadência. Em 1942 o hotel é alugado e passa a ser conhecido como Hotel Continental. Em 18/03/1951, morre Angelo Tassi com quase 90 anos. Na década de 1960 os herdeiros vendem a propriedade e o casarão encontra-se fechado desde então. Por anos permaneceu abandonado, em ruínas e depois, escorado para não entrar em colapso, situação na qual se encontra até hoje.

As informações que publico hoje foram obtidas do livro “Hotel Tassi – O Antigo Hotel da Estação” de Elisabete Tassi Teixeira.

Não sei os motivos pelos quais essa edificação não é efetivamente restaurada e nem quem seriam os atuais proprietários.

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