Residência Paulin






Em 2010 à caminho de Santa Felicidade, decidimos passar antes pelo Cemitério Parque Iguaçu. Depois, seguindo pela Rua Nicolau Gravina, minha esposa notou uma casa incrível no alto de um pequeno morro de um enorme terreno. Paramos imediatamente e da porteira, fiz algumas fotos que publiquei nesse mesmo ano. Achei na internet alguma menção à essa casa e desde então, passei a denomina-la a Casa do Alpendre.

Muito recentemente, no feriado de 7/9, motivado por um projeto do qual estou participando, voltei à casa para buscar novas imagens. Para minha surpresa, a porteira estava aberta e como bom intrometido (vulgo, fotógrafo), fui entrando devagarinho, sempre fotografando. 

Já perto da casa, bati palmas como convém à qualquer invasor da paz e fui atendido por Marlos Paulin. Muito gentilmente Marlos permitiu não só que eu fotografasse a casa, desse o contato do pai dele, Sr. Marinho Paulin, com quem agendei uma visita do Urbans Sketchers à casa, mas também, me contou um pouco da história da casa.

A casa, segundo Marlos, foi construída pelo seu bisavô, Ângelo Paulin, que veio para o Brasil para distanciar-se dos horrores da primeira grande guerra (portanto a casa é da primeira década do século XX). A casa uma vez pronta, tinha características que a tornaram uma atração no bairro, como o uso de vidros (algo banal hoje em dia, mas que na época era caro e raro) e água encanada.

No local viviam soltas ovelhas e aves, que acabaram sendo dizimadas por cães que invadiam o terreno. Houve também um tempo no qual hortaliças eram vendidas ali e mais recentemente, filmagens e eventos aconteceram nos seus gramados.

Ali vivem até hoje os descendentes do Sr. Ângelo, de seu filho Fausto e de seu neto Marinho. Certamente há quem possa olhar a casa e o imenso terreno com olhos de cobiça imobiliária, imaginando as lindas mansões de um lindo condomínio que poderia ocupar o terreno e parte de seu bosque. Mas eu e muita gente olha aquilo tudo com admiração e respeito à história das pessoas que construíram a nossa Curitiba. 



Comentários

  1. Linda a história, espero de coração que essa casa não seja destruída, mas continue assim por muitos anos

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  2. Olá, sabe dizer se ainda fazem eventos na residência? Como por exemplo casamentos? Me apaixonei pelo lugar todo! Muito obrigada!

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