Residência George W. Kern - arquiteto Leo Grossman









Uma leitora do blog e ceramista, Raquel Veiga, entrou em contato comigo por ter descoberto durante pesquisas, informações sobre o restauro do painel de Franco Giglio do Edifício Brasilio de Araújo sobre o qual eu fiz algumas postagens.

Em seu contato ela me informou que a família do genro de uma amiga teria vendido uma enorme casa em Pinhais para uma incorporadora e que num futuro próximo, a casa será demolida para dar lugar à um condomínio. No interior dessa casa há quatro painéis de Franco Giglio, sendo esses o motivo principal da conversa.

Estivemos na casa e não apenas os painéis, mas a casa em si impressiona muito com seus mais de 1.000 metros quadrados, distribuídos em três andares e um mirante, que está implantada no centro de um terreno de 80.000 metros quadrados. Segundo comentou o caseiro, a casa foi construída em 1972 e pertenceu à um americano, alto executivo da Coca Cola que tinha quatro filhas, que mais tarde foi vendida para essa outra família que a vendeu recentemente. A casa contava com confortos pouco comuns tais como banheiros em todos os quartos, sistema de calefação à gás para toda casa, elevador, câmara frigorífica, além de muitas e gigantescas salas que segundo me disseram, receberam festas nababescas desse ex-executivo da Coca Cola.

Num dos cômodos encontramos todas as plantas da casa em cujos carimbos lê-se: Leo Grossman - Escritório de Arquitetura. Projeto Residência George W. Kern. 10/01/1972.

Léo Grossman era um arquiteto gaúcho que veio para Curitiba na mesma leva de outros arquitetos de todos os cantos do Brasil para fundar o curso de arquitetura da Universidade Federal do Paraná, da qual foi professor de Projeto Arquitetônico até seu falecimento precoce antes dos 60 anos de idade, vitimado por um câncer de pulmão.

Era um profissional extremamente ativo que projetou e construiu várias residências até fundar a construtora Adobe, que sob sua administração construiu vários prédios em Curitiba, sendo esses considerados simples e muito racionais, atendendo sempre as demandas do mercado.

Dentre algumas obras conhecidas dele estão o Shopping Água Verde (incluindo as torres), o anexo do Tribunal de Contas no Centro Cívico, o edifício Torre Alta em Caiobá e uma das sedes da Copel na Avenida Padre Agostinho (para a Copel fez outros projetos).  No Centro Politécnico um dos seus auditórios leva o seu nome.

As informações sobre Léo Grossman me foram passadas pelo arquiteto Carlos Emiliano França, ex-professor dos cursos de arquitetura da PUC  UFPR.

Hoje publico algumas fotos da casa e amanhã publicarei as fotos dos painéis de Franco Giglio e garanto que esses são bem diferentes dos painéis que conhecemos dele no centro de Curitiba.

Comentários

  1. Respostas
    1. Tenho a impressão que a casa já cumpriu seu papel. Penso que se preservarem os painéis, já será bastante importante.

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  2. Olá! Você saberia dizer qual é a empresa responsável pelo empreendimento do condomínio?

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  3. As cidades morrem um pouco quando deixam de preservar um patrimônio desse.

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    1. O imóvel é impressionante! Meu tio foi o caseiro responsável pelo local por décadas e tive a oportunidade de conhecê-la por dentro. A tecnologia do local era de ponta, tendo iluminação por fibra ótica em alguns ambientes da casa. Toda automatizada, com persianas ativadas por controle remoto. Um projeto arquitetônico simplesmente único! Acredito que todo o local deva sim ser preservado, pois cada pedacinho dele pode ser considerado uma Obra de Arte!

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  5. Sou Susan a caçula das 4 filhas que morou nessa casa por vários anos. Em 1975 tive 1 festa de 15 anos. Foram dias de muito requinte e luxo

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    1. Oi Susan! Que bacana. Imagino a grandiosidade de uma festa de 15 anos numa casa magnífica como essa. Que bom ter essa recordação.

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