Nem tudo são flores na Rua das Flores

Nesse domingo caminhei por toda a extensão do calçadão da Rua das Flores, pois soube que foi totalmente caracterizado com flores e elementos de comunicação, em alusão às conquistas do Brasil nas copas do mundo, tendo o verde e o amarelo como base. Ficou bem bonito de fato, como mostrarei nos próximos posts.

Uma situação, porém me chamou a atenção e devo dizer que causou bastante desconforto. Em alguns pontos da Rua das Flores, pessoas e grupos de moradores de rua ocupavam a frente de prédios, em especial a antiga sede do Banco Comercial do Paraná (que já apareceu nesse blog nos posts sobre arquitetura modernista) onde o numeroso grupo que lá estava mostrou-se um pouco hostil (mesmo eu não tendo feito qualquer movimento para fotografar esse grupo). Devo dizer que empalidece um pouco a beleza da XV e imagino, a disposição de turistas em explorarem o local fora dos dias úteis. Enfim, um choque de realidade.

Em pesquisa divulgada em 2008 pelo Ministério do Desenvolvimento Social, reportava que 2.776 pessoas viviam nas ruas de Curitiba. Essa pesquisa, conduzida no final de 2007, foi aplicada às pessoas que viviam em logradouros públicos, prédios abandonados, igrejas, abrigos e albergues. Segundo a pesquisa, a maioria (quase 90%) não é suportada por programas do governo, mas grande parte delas (72%) exercia alguma atividade remunerada, sendo a mais citada a coleta de material para reciclagem. Quanto aos motivos para estarem nas ruas, os principais foram pela ordem: envolvimento com drogas, incluindo álcool (36%); desemprego (30%) e conflitos familiares (29%). Nessa época a Fundação de Ação Social (FAS) da Prefeitura Municipal de Curitiba contestou os números, pois na mesma época teria contabilizado perto de 1.100 pessoas nessas condições nas ruas de Curitiba. A FAS tem programas voltados para essa população objetivando sua alfabetização e profissionalização e além disso, circula pelas ruas de Curitiba, recolhendo para abrigos os que se dispõe a isso.

A foto desse post fiz na Boca Maldita, nos bancos em frente ao Palácio Avenida. Nessa região havia bem mais pessoas e o clima estava bem mais tranquilo para fotografar.

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