O Cassino e a Divina Providência do Ahú
Ontem a
nossa décima segunda edição do Grupo de Caminhadas Observacionais passou pelo
bairro do Ahú. Inevitável que passássemos pelo Colégio Divina Providência,
escola administrada por freiras que hoje faz parte do Grupo Bom Jesus, mas que
antes de ser um local para estudos e vivência religiosa, abrigava um outro estabelecimento
dedicado a, digamos assim, um lado mais mundano da vida. Lá funcionou de 1939
até 1946 o Cassino Ahú.
Local de
jogatina e muita festa (onde teoricamente mulheres desacompanhadas e estudantes
não eram exatamente bem-vindos), a última apresentação do cassino ocorreu em 30
de abril de 1946, atendendo à proibição dos jogos de azar, decretada pelo então
presidente Eurico Gaspar Dutra. Depois disso, o cassino nunca mais abriu. Segundo a jornalista Pollianna Milan em
matéria publicada na Gazeta do Povo em 23/01/2010, “estiveram presentes, nesta
última noite, Nelly Ferri, cantora internacional de Buenos Aires; o Garoto,
homem que era o maior solista de instrumentos de cordas da América do Sul; e
“Betty and Newton”, a dupla de bailarinos mais jovem do Brasil. Depois daquele
dia, o destino da antiga casa de jogo seria se tornar casa de oração.”
Em 1957 as
religiosas da Divina Providência receberam do padre Valério Alberton o convite
para conhecer o já fechado Cassino Ahú, na intenção de transformá-lo (ou seria
convertê-lo?) em convento e escola. Uma idéia que pode ter parecido na época extravagante,
mas que funcionou e assim é até hoje!
Logo que
finalizamos a nossa passagem pelo (hoje) Colégio Divina Providência, não pude
deixar de notar na rua de acesso ao colégio, uma bela casa em madeira com
lambrequins, onde no terreno uma infinidade de objetos estavam acomodados. Um
senhor estava no portão e à ele pedi autorização para fotografar a casa (que mostrarei em outro post). Lá,
além da casa, no meio de um mar de coisas garimpadas por ele, fui apresentado à
placa que indicava estarmos no cassino. Um verdadeiro achado.
Também pelo
caminho, na parte de trás do colégio, passamos por uma grande casa abandonada
com suas janelas e portas lacradas com concreto. Uma moradora antiga do local
disse que ali, as mocinhas desacompanhadas que teoricamente não eram bem-vindas
ao cassino, recebiam os distintos cavalheiros que desejavam continuar a festa lá iniciada (essa informação não tenho como confirmar, mas coloco assim mesmo por deixar o post mais divertido)!
Histórias
de Curitiba que vivemos ao vivo!
Para um pouco mais sobre o assunto, acessem a matéria
da Gazeta do Povo nesse link.
Estive em Curitiba em 1963 , e tenho uma foto bem na porta de entrado do antigo Cassino. Estavamos entre 40 estudantes. O guia nos disse que tinham fechado por causa de um crime. Deve ser lenda!
ResponderExcluirQue interessante Cydoka. Se quiser compartilhar a foto, terei grande prazer em publicar aqui no blog. Abraço.
ExcluirBom dia Washington, eu vivi alguns meses da minha vida ai dentro do colégio Divina Providência
ResponderExcluirE voltava aí todos os anos conheço tudo por dentro cada corredor
Que legal Fabricio. É bonito por dentro?
ExcluirJá fiz decoração para um evento no "Cassino" (Colégio).
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