Horizontes Perdidos - parte 2

Sem pensar muito, abriu o portal (que não estava cadeado e não tinha qualquer aviso ou ameaça fixada nele) e o atravessou.  Estranho notar que o portal marcava não apenas a passagem para dentro de uma propriedade que estava prestes a explorar, mas para uma mudança drástica de paisagem. Abandonou o cinza, o árido, o triste de um lado do portal, para perceber que do outro lado tudo estava mais colorido, abundante e leve. Teve até a sensação de que a estação do ano havia mudado.
Conduziu o carro por mais um tempo, que não poderia precisar, já que tudo se tornara tão agradável e logo atingiu um vilarejo. Abandonou o carro numa rua qualquer e passou a caminhar a esmo. Por onde passava, sucediam-se belas casas, varandas, janelas abertas e pessoas de rostos tranqüilos e sorridentes. Isso tudo parecia estar lentamente limpando sua mente de qualquer problema ou angústia que o fizera chegar até ali.
Caminhando mais um pouco, a certa distância viu uma linda mulher sorrindo. Paralisado, teve a sensação de que seu coração teria pulado uma batida e sua respiração fora suspensa. Ela então começou a correr em sua direção, deslizando entre pessoas e parada na sua frente, antes que pudesse se recuperar do transe inicial que a sua visão causara, ela atira-se em seus braços, num abraço como nunca experimentara antes. Sentiu a maciez dos seus cabelos e de sua pele, um doce perfume em seu pescoço e achou até, que sentia a batida de seu coração.A sensação naquele instante era a de que tivesse voltado para casa depois de um longo período distante e sofrido. Ao seu ouvido ela sussurrou: “finalmente você chegou!”.
Termina amanhã...

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