Rua Riachuelo, 407
Seguindo a dica de um leitor desse blog, pesquisei no site da
Gazeta do Povo, a Rua Riachuelo e lá, além das notícias sobre a recuperação
dessa importante rua, achei uma história escrita por José Carlos Fernandes e
publicada no caderno Vida e Cidadania em 18/07/2010.
Se a Gazeta e o autor do texto não ficarem chateados,
gostaria de reproduzir algumas passagens nesse blog.
A reportagem fala de uma casa, que há tempos desperta meu
interesse sempre que passo pela Riachuelo, tanto que já havia postado uma foto dela.
Conhecer a história das pessoas que viveram em casas históricas, sempre
desperta uma grande curiosidade e o texto nos atente nesse quesito.
Seguem alguns parágrafos:
“Não se sabe ao certo quando o 407 da Riachuelo foi
edificado. De acordo com Marcelo Sutil, é provável que a moradia seja anterior
aos anos 1920, pois segue à risca os modismos da Belle Époque. O porão é tão
alto que ali se pode morar. Há escadarias cênicas, formando curvas, gradil de
ferro com frufrus e janelões de frente para a rua.
Em meados da década de 80, com a morte dos proprietários
Dora e Jaime Lerner – não o arquiteto e ex-governador – o prédio passou para
Geni e mais quatro primos, que a venderam para um dos árabes da região.
Dora e Israel Chaim Lerner, conhecido como Jaime, eram judeus
e chegaram ao Brasil na década de 30, assustados com o avanço do
antissemitismo. Aqui, foram acolhidos pelo industrial Salomão Guelmann. Em
parceria com uma irmã de Dora e seu marido – Rosa e Abraham – Jaime abriu uma
lavanderia na Rua Cruz Machado. Juntos, os quatro criaram Geni, uma vez que
Dora não pôde ter filhos.
Na final da década de 30, a sociedade se desfez. Jaime e
Dora abriram a Casa Paris, na Praça Tiradentes. Abraham inaugurou a Loja para
Todos, na Barão do Rio Branco, onde moravam os pais de outro Jaime Lerner. Mas
a separação durou pouco. Com os rendimentos da Paris, os Lerner “de cima”
compraram a mais bela casa da Riachuelo, a 407. E os pais de Geni se mudaram
para o 380, logo em frente. Não tardou para que o destino Belle Époque do sobradão
se realizasse: o local – única casa judia num entreposto sírio-libanês – virou
ponto de encontro da comunidade judaica.”
Maiores histórias, preciosos detalhes e fotos vocês encontrarão aqui.
Fonte: Gazeta do Povo
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