De volta ao Eduardo VII








Mais uma vez voltei à Praça Tiradentes com o Croquis Urbanos para um encontro diante do Edifício Eduardo VII (cujo nome oficial é Edifício Miguel Calluf).

Apesar de infelizmente pixado e ainda fechado esperando um restauro e destinação que parece nunca acontecer, esse prédio é um dos meus favoritos e para mim é sempre um prazer observá-lo e novamente fotografá-lo.

Não há também como olhar esse prédio e não lembrar da graphic novel "O Edifício" de Will Eisber e principalmente do magnífico Flatiron Building de Nova York, que serviu de inspiração para o nosso.

O texto a seguir é do arquiteto Guilherme de Macedo para o livro Prédios de Curitiba.

O Edifício Eduardo VII, o nosso Flatiron curitibano, foi encomendado pelo rico empresário sírio Miguel Calluf, após o então governador Bento Munhoz da Rocha incentivar empresários a fomentar o desenvolvimento da capital, surge um notável hotel para sediar grandes bailes de gala.

O projeto nasceu de uma inspiração do ícone Flat Iron Building, primeiro arranha-céu nova-iorquino. Equipamentos como elevadores e maquinários industriais com o selo americano foram encomendados especificamente para o edifício.

O prédio, projetado por Ralf Leitner, leva o nome oficial de Edifício Miguel Calluf, no entanto, ele fica conhecido como Lord Hotel, permanecendo assim por trinta anos, até a morte de Calluf, quando então passa a ser gerido por um grupo português, o qual o intitula de Eduardo VII, nome que caiu no gosto popular e o faz conhecido até os dias de hoje.

Desde 2008 o imóvel está desocupado sofrendo invasões e depredações, mas um projeto de restauro vislumbra desde 2014 o seu retorno. Alguns burburinhos especulam que o local dará origem a um hotel para idosos. Outros falam que o edifício será uma república de estudantes.

O lote fica numa esquina privilegiada no Centro, mais precisamente ao final da Avenida Marechal Floriano Peixoto, em encontro com o início da Rua Cândido Lopes, à frente da Praça Tiradentes. Por ali estão dispostos vários pontos de ônibus, provocando uma grande aglomeração de pessoas.

Com vinte e dois andares, o prédio evoca o estilo art déco, com vigas e pilares modulando as esquadrias em ferro enaltecendo alguns balcões sobressalentes. No alto, uma varanda percorre toda a fachada e, logo acima, uma linha de elementos circulares arremata o volume. 

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