Rua Riachuelo


No dia 02/10/2010, o prefeito Luciano Ducci entregou a nova Riachuelo. Completamente renovada, a Riachuelo está com novo visual, que alia tradição e modernidade.
"O projeto da Prefeitura valorizou as características da Riachuelo ao preservar as edificações históricas e incorporou novos elementos à paisagem da rua, como as calçadas, as luminárias e o colorido das fachadas. A Riachuelo ganhou vida nova e, mais tarde, com a revitalização da avenida Cândido de Abreu, teremos um grande eixo turístico nesta região", disse o prefeito.
A Prefeitura investiu R$ 800 mil para fazer a intervenção, num trecho de oito quadras, entre as praças Generoso Marques e 19 de Dezembro. O projeto de revitalização foi desenvolvido em duas frentes: as obras na área de passeio e no pavimento da rua e a recuperação e pintura de fachadas.
Nesta etapa do projeto, o município contou com o apoio da empresa AkzoNobel, fabricante das Tintas Coral, que cedeu material para as pinturas, e dos proprietários de imóveis, que assumiram os custos com o pagamento de mão de obra. Cerca de 90% das edificações da rua estão com fachada renovada.
O empresário Chaim Jaber, estabelecido na Riachuelo há 26 anos e vice-presidente da Associação dos Moradores e Comerciantes local, acha que o projeto de revitalização "colocou a rua no novo século".
As novas calçadas utilizam placas vermelhas de material antiderrapante (granito reconstituído em concreto de alta resistência). Nas esquinas, há acesso para cadeirantes e carrinhos de bebê. Em pontos intercalados, foram colocadas floreiras.
Já a iluminação é composta de 115 postes de carbono com 4 metros de altura e luminárias circulares com lâmpadas de multivapor metálico de 150W, que oferecem mais segurança para quem transita à noite pelo local.
A reforma incluiu ainda a renovação do pavimento, com serviços de fresagem (retirada do revestimento antigo) e recape (colocação de asfalto novo), sinalização horizontal (faixas pintadas no chão) e vertical (placas de orientação ao trânsito).
A recuperação e pintura de fachadas teve a adesão de 54 dos 58 proprietários de imóveis localizados ao longo da rua. Com ela, a Riachuelo ganhou um colorido que deu mais animação à paisagem da rua. O estudo das cores das edificações foi elaborado pelo Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). A Coral colocou 2 mil litros de tinta acrílica à disposição dos proprietários de imóveis e forneceu treinamento para os pintores.
Outro projeto da Prefeitura para a região deverá contribuir para complementar a renovação da área. Trata-se da criação de um espaço cultural dedicado ao cinema no prédio onde funcionava o quartel da 5ª Região Militar, na esquina da rua Riachuelo com a Carlos Cavalcanti.
Ali, numa área de 2 mil metros quadrados, serão instaladas duas salas de cinema (para suprir a lacuna deixada pelos cines Luz e Ritz, que tinham uma programação diferenciada e fecharam suas portas há alguns anos), um café, uma biblioteca e uma escola de cinema mantida pelo município.
Fonte: http://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/luciano-ducci-entrega-as-obras-da-nova-rua-riachuelo/20725

A primeira rua de Curitiba, a Rua Riachuelo, era um dos caminhos que ligava a pequena e isolada vila de Curitiba do século XIX ao litoral. Junto com a rua Barão do Cerro Azul, levava ao Caminho da Marina ou do Oceano Atlântico, como era conhecida na época a atual rua João Gualberto.
Desde que foi aberta, no início do século XIX até 1871, a Rua Riachuelo recebeu diversas denominações: no final da década de 1830 e início de 1840, era chamada de Rua Lisboa; ao longo desse século, foi conhecida como Rua dos Veados, Rua do Campo e Rua da Carioca.
No início dos anos de 1850, a rua contava com a presença de alguns comerciantes portugueses que vendiam fazendas, ferragens e secos e molhados. Nessa época, não possuía pavimentação, levando os seus moradores e comerciantes a utilizarem os veículos de mídia para reclamarem sobre o problema. Mais tarde, por apresentar forte vocação para o comércio, a rua recebeu mais atenção dos governantes quanto aos problemas ligados à infraestrutura. Era também frequentemente citada nos jornais como ponto de referência para entrega de objetos perdidos, escravos fugidos, venda de ingresso para circos e leilões de fazenda, jóias e relógios.
No final de 1871, já com pavimentação, a rua recebeu finalmente o nome Riachuelo, no trecho compreendido entre a Rua Direita, atual Treze de Maio, e o Largo da Carioca, atual Praça Dezenove de Dezembro, e essas transformações realizadas em 1880 repercutiram no comércio na região. Além da proximidade com o mercado público, a inauguração da Estrada de Ferro, em 1885, e do Passeio Público, no ano seguinte, transformaram a rua em passagem obrigatória para a maioria dos habitantes. Foi em 1887, quando inauguraram os bondes na cidade, que a Rua Riachuelo começou a ganhar, efetivamente, o ar de modernidade, sofrendo grande remodelação para receber os trilhos dos trens e aumentando consideravelmente o número de novas construções e estabelecimentos comerciais. Assim, na virada do século, existiam ali lojas de calçados, armarinhos, botequins, farmácia, livraria, barbearia, alfaiataria, açougues, e muitas casas de secos e molhados.
Os imigrantes que chegaram em Curitiba também modificaram o comércio na região e, segundo publicações da época, mais da metade dos comerciantes estabelecidos na Rua Riachuelo eram alemães, seguidos por lusos-brasileiros e italianos. Os sírio-libaneses, que se estabeleceram próximos ao Mercado Municipal como vendedores ambulantes, passaram a ocupar, da década de 1910, as lojas da Rua Riachuelo, as quais, a partir dos anos 1950, passaram a ser quase que exclusivamente ocupadas por eles, uma vez que os alemães foram, pouco a pouco, vendendo suas lojas.
Fonte: Boletim Informativo Casa Romário Martins. ''Cores da cidade: Riachuelo e Generoso Marques.'' Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, v. 23, n. 110, mar. 1996.

Comentários

  1. Uma ótima iniciativa. Passei por lá durante as obras e também depois e ficou legal... pena que mais uma vez "esqueceram" dos ciclistas, não foi colocada ciclovia nem ciclofaixa... ou seja... quem quiser utilizar um meio de transporte não poluente e não barulhento vai ter que "dividir" a pista com os automóveis. Mas fizeram uma boa calçada para os pedestres, isso já é um avanço... MENOS CARRO... MAIS BICICLETA.

    JOPZ

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