Palacete dos Leões 3















O processo de transformação econômica e social, decorrente da produção e do comércio de erva-mate no Paraná, conferiu um novo padrão estético às artes, à cultura, aos costumes e à arquitetura. A cidade ainda conserva exemplares arquitetônicos que sintetizam essa fase de imponência e requinte, da qual o Palacete dos Leões é o principal modelo.
Construído a partir do projeto do engenheiro Cândido Ferreira de Abreu, o Palacete dos Leões tem estilo eclético. É fruto de uma liberdade estilística, porém harmoniosa, derivada da apropriação de elementos de várias correntes artísticas.
Alia com raro equilíbrio, elementos do art nouveau e do renascimento, efeito não encontrado em habitações semelhantes. O seu volume divide-se entre a escadaria principal, o terraço, o corpo original, o torreão dos fundos e a escadaria lateral.
A fachada, subdividida em cinco módulos, demarcados por pilastras e compostos por portas em arco pleno, é repleta de elementos ornamentais – colunas de perfil clássico, capitéis coríntios, balaústres, conchas, medalhões, cabeças de leão, jarros e cones espiralados. A escada é o elemento dinâmico do conjunto, estabelecendo um contraste com a simetria da fachada. Destacam-se também, a qualidade do desenho e da modelagem dos tetos, em estuque, em formas de flores, frutas, anjos e serpentes, e as portas em cedro português, trabalhadas artesanalmente segundo estilo clássico. Preservam-se intactos os vidros de cores primárias, vindos da Ilha de Murano, decorados com desenhos florais e monogramas, os mármores de Carrara, as porcelanas e os cristais. O papel de parede e as cortinas, ambos de origem inglesa, são os mesmos de 110 anos atrás.

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