Curitiba dos anos 20
A pedidos de um leitor desse blog, busquei informações a respeito da Curitiba dos anos 20. Encontrei no Almanaque Kurytyba do urbenauta Eduardo Fenianos, um texto curto, mas bem interessante sobre essa época. Para ilustrar, muito cedo hoje, fotografei três dos locais citados no texto como sendo importantes na época e diria que ainda hoje são ícones de Curitiba.
Esperando que o Urbenauta não fique aborrecido, segue abaixo o que retirei do livro que citei acima. Mas não deixe de procurar o livro, já que lá encontrará muito mais informações e ótimas imagens.
No início da década de 1920, Curitiba possuía 79 mil habitantes. No centro da cidade predominam os sobrados, a maioria com fogões a lenha e chaminés. As famílias reúnem-se em torno do gramophone, ouvindo as músicas gravadas em discos de acetato de 78 RPM. Os pães vêm da Padaria América, fundada por Eduardo Engelhardt em 1913. Os medicamentos, da Farmácia Minerva, na Praça Tiradentes, surgida em 1919 pelas mãos de Máximo Kopp. Ao longo da década, Curitiba é testemunha do movimento tenentista de 1922, do “crack” da bolsa de Nova York em 1929 e do fim da República Velha, com a ascensão de Getúlio Vargas ao poder em 1930.
Na região do Batel predominam as fábricas de gasosa, padarias, oficinas de consertos de arreios, armazéns e principalmente os engenhos de erva-mate, como o da família Leão. Os freis capuchinhos chegam ao bairro Mercês e constroem sua igreja. No bairro Cristo Rei, na Rua Goethe (atual Padre Germano Mayer), em 29 de março de 1924, nasce Napoleon Potyguara Lazzarotto, o Poty, artista reconhecido nacionalmente pelo seu talento (falecido em 1998). Nas tardes vagas, famílias inteiras experimentam os doces e sorvetes do Bar Stuart – aberto em 1904 – ou as tortas da Confeitaria Cometa , onde também, à noite sevem-se cervejas e licores aos cavalheiros. Os curitibanos lêem a “Gazeta do Povo”, fundada em 1919 ou o “Correio do Paraná”, surgido em 1916, mas também proliferam publicações em alemão e italiano, dirigidas aos imigrantes e seus descendentes. Quase no fim da década, o imigrante libanês Fere Mehry vê transformado em realidade o sonho e presenteia a cidade com o recém-concluído Palácio Avenida – um imponente complexo residencial, que no andar térreo sedia um cinema e várias lojas – construído na esquina da Avenida Luís Xavier e a Travessa Oliveira Belo. Na ponta oposta da avenida está o também majestoso Edifício Moreira Garcez, o primeiro arranha-céu curitibano, obra deste engenheiro que também foi prefeito da cidade.
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