A Eterna Solidão do Vampiro


“Ai, me dá vontade até de morrer. Veja, a boquinha dela está pedindo beijo – beijo de virgem é mordida de bicho­cabeludo. Você grita vinte e quatro horas e desmaia feliz. É uma que molha o lábio com a ponta da língua para ficar mais excitante. Por que Deus fez da mulher o suspiro do moço e o sumidouro do velho? Não é justo para um pecador como eu.”
Dalton Trevisan – O Vampiro de Curitiba

Em minha última visita à Livraria do Chain (quem sabe um dia o Chain me deixa fotografá-lo e a sua insuperável livraria), fui muito gentilmente atendido por Amanda (filha do Chain) e lá comprei o livro “A Eterna Solidão do Vampiro”. Trata-se de um livro de fotografias do Nego Miranda, no qual ele procurou refazer os passos de Dalton Trevisan (ou talvez dos personagens dos livros dele), por uma Curitiba que normalmente não se vê nos livros de turismo e nos cartões postais. A Curitiba que ele retrata é sombria, fria, recortada, distorcida, assustadora até, mas ainda é Curitiba.

As fotos são sensacionais, sempre associadas a um texto de Dalton Trevisan. Trata-se de um livro imperdível tanto para os que querem conhecer o trabalho desse importante fotografo Curitibano, como para quem quer visualizar a Curitiba do Vampiro de Curitiba.

"Era um desejo antigo tentar refazer a geografia do Vampiro na cidade. Fotografar os locais recorrentes em sua obra e o espaço onde circulam seus personagens", diz Miranda, que durante quatro anos lançou olhar à Curitiba literária de Dalton.

Carlos Alberto Xavier de Miranda nasceu em 1945, em Curitiba. Começou a expor seu trabalho nos 70, participando, desde então, de eventos no Brasil, na Argentina, em Cuba, na França e em Portugal. Já foi premiado no 2.º Salón Internacional de Fotografía, no 2.º Concurso Ilford/Micro de Fotografia P&B, no Concurso Turismo no Paraná, na Bienal de Fotografia Ecológica do Rio Grande do Sul e no Museu do Mate do Paraná. Nego Miranda também publicou sua obra em revistas como a Et Cetera (da Travessa dos Editores) e a Revista Gráfica; também já colaborou com o livro A História do Mate, de Tereza Urban; com a coletânea de autores paranaenses Engenhos e Barbaquás; e com a publicação britânica de fotógrafos brasileiros Contemporary Brazilian Photography. Entre as coleções e acervos que mantém trabalhos seus estão os da Fundação Cultural de Curitiba, do Museu da Fotografia de Paris, da Coleção Joaquim Paiva, do Fundo Cubano de La Imagem Fotográfica e do Instituto Cultural Itaú. Ao lado de Maria Cristina Wolff de Carvalho, é autor dos livros Paraná de Madeira e Igrejas de Madeira do Paraná, lançados em 2005. Ao lado de Teresa Urban, produziu Morretes – Meu Pé de Serra, em 2007. Participou do livro Caminhos do Rio a Juiz de Fora, lançado em Março de 2010.

A foto desse post é minha, mostrando a Igreja do Rosário a partir da Rua Trajano Reis numa noite qualquer. Não tenho qualquer pretensão em querer comparar essa foto com as fotos do livro do Nego Miranda, apenas ao ver a foto, a imagem me remeteu ao livro, motivo do post de hoje.

Comentários

  1. Takeuchi,
    seu blog devia ser declarado "de utilidade pública".
    Linda essa foto.

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  2. OI Ayde.

    Obrigado! Muito gentil de sua parte. Eventualmente acerto uma boa foto, tenho que concordar que gostei muito dessa de hoje.

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  3. SIPZ, esse blog está muito show... eu circulo bastante pela cidade, de carro, a pé, busão e bike e acho muito legal reconhecer lugares e imagens que já vi... outras não... indikei o seu site para o pessoal nesse link..

    http://b1brasil.blogspot.com/2010/10/dika-veja-curitiba-com-outros-olhos.html

    e nesse link um dos lugares que procurei mais imagens e me levou ao seu blog...

    http://b1brasil.blogspot.com/2010/10/bikes-minha-patria-e-lingua-portuguesa.html


    JOPZ

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  4. Olá Jopz. Obrigado pelas visitas e pela indicação. É sempre interessante ver a cidade pelo olhos dos outros (como o livro que comentei hoje). Por morarmos aqui, a maioria das coisas (pessoas e lugares) passam sem que notemos. Com esse compromisso que assumi de postar diariamente, me obriga a ficar sempre atento à cidade e assim, ver o que não via antes.

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