Plano Agache, o Centro de Curitiba e o Balança-mas-não-cai


O Interventor do Paraná, Manoel Ribas, em 1940, para resolver os problemas estruturais de Curitiba, contratou uma firma de engenharia que encarregou ao urbanista francês Donat-Alfred Agache a elaboração de um plano, conhecido posteriormente como o Plano Agache (1943), que representou a primeira tentativa de ordenação da cidade vista como um conjunto.

Curitiba possuía (hoje ainda mais agravado) um centro totalmente bloqueado pelas praças Osório, Rui Barbosa, Tiradentes, Ouvidor Pardinho, Santos Andrade, São Francisco e Passeio Público.

Uma das soluções planejadas por Agache, seria a criação de uma Times Square Curitibana, pelo prolongamento da Alameda Carlos de Carvalho e Vicente Machado, até unirem-se com a Cândido Lopes que seria alargada para 80 metros até a Praça Tiradentes. Seriam também alargadas a Al. Dr. Muricy e a Av. Marechal Floriano. Dessa confluência, várias perimetrais e saídas da cidade seriam criadas.

Mesmo com todos os serviços de desapropriação prontos, os administradores paranaenses Munhoz da Rocha, Erasto Gaertner, Luis Gerra Rego e Iberê de Matos,liberaram a construção de prédios que inviabilizaram a implantação ideal do sistema de circulação previsto no Plano Agache, sendo os principais a construção da Biblioteca Pública do Paraná, a construção do Edifício Brasilino Moura na junção da Carlos de Carvalho com a Cândido Lopes e a construção da sede do Banco do Brasil na junção da Candido Lopes com a Marechal Floriano.

Apesar do fracasso na implantação da nossa Times Square, muito do Plano Agache foi executado, mudando a face de Curitiba. Vários banhados foram drenados, rios e ribeirões foram canalizados, foi construída uma rede de abastecimento de água e coleta de esgoto, o Centro Cívico foi criado, parques foram criados na periferia da cidade, as avenidas Visconde de Guarapuava, Sete de Setembro, Silva Jardim e Getúlio Vargas foram construídas a partir de porta da rodoferroviária (também projeto de Agache), proporcionando o rápido escoamento de tráfego do centro para os bairros e vice-versa.

A foto mostra a Biblioteca Pública do Paraná e ao fundo, o Edifício Brasilino Moura (também conhecido como balança-mas-não-cai, por conta da projeção das janelas de maneira inclinada), duas das edificações que condenaram o centro de Curitiba ao eterno congestionamento.

Essas e muitas outras informações foram obtidas no site http://www.lolocornelsen.com.br/, site em homenagem ao engenheiro civil e arquiteto Ayrton Lolô Cornelsen.

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