Faltou dizer algumas coisas da Boca Maldita


A foto de hoje mostra senhores numa roda de conversa, num sábado, dia em que a Boca Maldita funciona em sua plenitude.

Olhei alguns posts nos quais citei a Boca Maldita e creio que faltaram algumas informações. Seguem dois textos que facilmente podem ser encontrados na internet. Um da Wikipedia, descrevendo a Boca Maldita e outro, mais curto do escritor, jornalista e cartunista Dante Mendonça (novo imortal da Academia Paranaense de Letras), dá uma pista de como é a Boca Maldita vista de dentro dela.

Da Wikipedia:
Boca Maldita é a denominação de um espaço, sem área formalmente determinada, mas ao redor dos cafés, bancas de revista e bancos do calçadão na Avenida Luiz Xavier (Rua das Flores) no centro de Curitiba, onde se reúnem os "Cavaleiros da Boca Maldita de Curitiba", confraria esta que disseca todos os assuntos presentes nas manchetes dos jornais do momento em uma tribuna livre de palavras e pensamentos.
Reduto prioritariamente masculino, tribuna livre para quaisquer comentários ou críticas, a Boca Maldita surgiu em 13 de dezembro de 1956, fundada por um grupo que reunia, entre outros, o eterno presidente Anfrísio Siqueira e o jornalista Adherbal Fortes de Sá Junior. A institucionalização do espaço de conversas, no calçadão da Rua das Flores, se deu em 13 de dezembro de 1966 (data anterior ao calçadão), quando da criação dos estatutos e seu registro ocorreu em 29 de setembro de 1975.
A confraria existe para debater e criticar tudo e todos sem qualquer restrição, expressando as vontades e indignações populares. Entre seus confrades, se reúnem pessoas de diversas opiniões ou setores, como artistas, profissionais liberais, políticos, esportistas e aposentados. A Boca Maldita se destaca em diversos acontecimentos históricos do estado e do país, como por exemplo, a campanha das Diretas Já, além de diversas ações de caráter filantrópico-cultural. O maior evento da “Boca” é o seu jantar de aniversário quando cerca de 40 pessoas recebem o título de “Cavaleiros da Boca Maldita”.

Do Dante Mendonça:
Para aqueles que estão chegando agora, vale repetir uma das principais lições curitibanas: Curitiba tem duas Boca Maldita. Uma é aquela das medalhas e jantares. A outra é a de fato. Maldita na acepção da palavra, galhofeira e espirituosa. É a Boca Maldita cujo líder é Luiz Geraldo Mazza.
Onze e meia da manhã de um sábado, a Boca Maldita era plena, quando o falecido comentarista esportivo Munir Caluf veio bater o ponto, passar a limpo as maldades da aldeia. Nem bem o popular radialista abre uma vaga na roda, liderada pelo jornalista Adherbal Fortes de Sá Júnior, e eis que o Mazza interrompe uma momentosa fofoca para saudar aquele que chega:
- Munir, como está a audiência do teu novo programa esportivo “Duas horas com Munir Caluf?”
- Duas horas, não, Mazza! Dois minutos. Dois minutos com Munir Calluf!
- Você que pensa, Munir! Você que pensa!

E do leitor Edson Camargo, que gentilmente contribuiu com mais essa:
Faltou dizer que quem deu a ela no nome de "Boca Maldita". Foi o falecido e imortal professor Abraão Fuks. A turma falava que iria para lá, e ele mandava:

"Não acredito que vocês vão até aquela boca maldita e fedorenta!".

Ele faleceu há uns 3 anos. Quando passava na Boca, fazia-se uma imensa roda de pessoas à sua volta, para ouvir seus engraçados causos. No jornal Gazeta do Povo saiu uma matéria, com um título parecido com "Boca Maldita, morre o teu padrinho".

Comentários

  1. really lovely banner image, Washington.

    I like this b/w, too. Makes you want to know what was being said!

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  2. Hi Kitty! That is the mood at Boca Maldita. The subjects are mainly politics and anyone who is not there at the moment.

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  3. Você não falou de quem deu a ela no nome de "Boca Maldita". Foi o falecido e imortal professor Abraão Fuks. A turma falava que iria para lá, e ele mandava:

    "Não acredito que vocês vão até aquela boca maldita e fedorenta!".

    Ele faleceu há uns 3 anos. Quando passava na Boca, fazia-se uma imensa roda de pessoas à sua volta, para ouvir seus engraçados causos. No jornal Gazeta do Povo saiu uma matéria, com um título parecido com "Boca Maldita, morre o teu padrinho".

    Pode dar uma pesquisada.

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  4. Oi Edson!
    Sensacional. Deve existir milhares de histórias da Boca Maldita. Certamente renderia um livro impar sobre a política, histórias e costumes de Curitiba. Espero que um dia um dos Cavalheiros da Boca organize algo do gênero.
    Obrigado,
    Washington

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